domingo, 23 de novembro de 2008

cansada pra cacete

Ele levanta com uma dificuldade, se apóia com uma das mãos no chão e se levanta.
Puxa um mísero cigarro do bolso e procura o isqueiro noutro bolso da bermuda, já rasgada.
Nada acha.
Um grunhido indirigente ‘-puta merda!’ e, desatinando: ixii, maldição, era ela.

Senta e descansa, finge pensar. Suspira, adianta seu cansaço. “Minha situação atual é de extremo praguejo, vou-me divertir por aqueles que só sofrem”.


Ela grita com desânimo.
“Cansada pra cacete”!
Busca em um dos dois bolsos que tem em sua bermuda e ... Não acha nada. Repete o quase mesmo movimento noutro bolso, embora, com a outra das duas mãos que tem em seu corpo e ... não acha nada de novo.
Ela anda. Distraída, anda e tenta em vão bater por sobre os bolsos. Desiste. E joga o seu cigarro no chão, pisa e arrasta-o por sobre uma raiva de esfolar no cimento.
Esfarela-o.
Um sujeito fita-o o molemente indigesto.

Um outro, do outro lado da calçada observa um cachorro muído na beira da guia. Esmaecido, sabendo dos estrumes esparramado do cachorro, desistiu de continuar a seguir seu caminho. Para e volta andando. Esbarra num sujeito que estava sentado no meio fio e tropeça. “caralho”
O outro, “porra”!
O tropeço fez-o ascender um cigarro.
retorna uma quadra e entra no prédio, oitavo andar, sua casa.
Confusão na cabeça, passa a andar de um lado para outro, desatinado. Esbarra propositalmente o ombro num quadro do quarto, chuta o pé da cama e senta.
Cansado.
Pega um revolver guardado no criado mudo que seu pai tinha deixado de herança, junto com o apartamento, abre a janela e dispara incessantemente contra as pessoas lá embaixo.
Acerta o sujeito que estava sentado e mais umas outras qualquer.
Se joga e acerta uma outra ao cair.

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